domingo, 30 de janeiro de 2011

da sustentável leveza do ser

com vc eu me sinto livre.
e não consigo ser outra pessoa que não eu.
com você eu não penso antes.
mas apenas sou.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

do meu eu que desabrocha

Dentro de mim mora uma menina mimada, cheia de quereres infundados, cheia de vontades absurdas, um poço de desejos, transbordamento de moedas enferrujadas. Nosso relacionamento anda um tanto desequilibrado. Ela quer demais, quer tudo, quer agora. Ela só não me diz o que quer e me atropela por tentar sufocá-la, pobre de mim. Ela planeja as mais ardilosas vinganças, me encabula, me faz corar perante ao mundo. Passa como um tufão, um furacão, um tornado, um carro desgovernado em alta velocidade. E a mim sobra limpar a bagunça, a lambança, a sujeirada toda que ela deixa, culpa dessa mania descontrolada de querer demais, querer sem limite, querer por querer. A casa está do avesso, ela deixou panelas e pratos imundos no guarda-roupa, roupas espalhadas pelo chão, cobrindo todos os centímetros quadrados livres dos lindos tacos sintecados, ela pintou com tinta guache as paredes brancas, misturou todas as cores, tudo virou um cinza azedo, desagradável de se ver.

domingo, 9 de janeiro de 2011

do despreparo

eu não tô preparada. eu não tô aguentando.

dos silêncios

e esse silêncio. essa vazio. esse não-dizer do que nem precisa ser dito, pois já é fato. pois todos sabem.
mas quem disse que apenas o silêncio incomoda?
quando não tem esse mudo, há barulho. há grito. há descontrole. há revirações do passado, constatações do presente, especulações sobre o futuro. e eu me pergunto: pra quê?

ver cenas antigas me reviraram tanto. foram 4 segundos revirando 20 anos e uma tonelada que eu venho carregando - ou será ela é quem vem me carregando? a casa continua a mesma, o endereço não mudou... mas nunca vi esse lugar que eu chamo de MEU , há 20 anos, tão diferente. tão impessoal. tão estranho. tão mudo. tão... vazio.

os silêncios me ensurdecem. os olhares baixos são regra.
ninguém fala. todos aguardam. o que fazer, o que falar, o que pensar. acho que tá todo mundo no mesmo barco e deixando ele seguir por si, segundo a maré.

e eu olho pro lado. vc, na cama, com o pensamento longe. além do seu corpo, um dos poucos indícios q eu tenho de que vc está do meu lado é o barulho do choro. e a mudez das lágrimas.

se eu pudesse, te daria um abraço que esmagasse as suas angústias. que secasse toda essa insegurança que te remói. que te desse força pra continuar sendo vc, pra vc não deixar de ser quem vc é - por nada nem por ninguém. pra vc ter, apesar de todos os pesares, a coisa mais linda do mundo: o poder de acreditar que as pessoas valem a pena.

mas eu tô tão frágil, tão perdida.. e tão egoísta a ponto de pedir esse abraço, mesmo sabendo que vc tá precisando mais dele do que eu. mas os papés se inverteram agora, vc sempre tá ali pra todo mundo. e vc é tão forte e sempre esteve tão presente que eu tremo ainda mais de te ver assim: sem força, sendo consumida em migalha.

sábado, 8 de janeiro de 2011

disso

Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.


o que eu mais desejo.
pra mim.. e pra vc.