domingo, 9 de janeiro de 2011

dos silêncios

e esse silêncio. essa vazio. esse não-dizer do que nem precisa ser dito, pois já é fato. pois todos sabem.
mas quem disse que apenas o silêncio incomoda?
quando não tem esse mudo, há barulho. há grito. há descontrole. há revirações do passado, constatações do presente, especulações sobre o futuro. e eu me pergunto: pra quê?

ver cenas antigas me reviraram tanto. foram 4 segundos revirando 20 anos e uma tonelada que eu venho carregando - ou será ela é quem vem me carregando? a casa continua a mesma, o endereço não mudou... mas nunca vi esse lugar que eu chamo de MEU , há 20 anos, tão diferente. tão impessoal. tão estranho. tão mudo. tão... vazio.

os silêncios me ensurdecem. os olhares baixos são regra.
ninguém fala. todos aguardam. o que fazer, o que falar, o que pensar. acho que tá todo mundo no mesmo barco e deixando ele seguir por si, segundo a maré.

e eu olho pro lado. vc, na cama, com o pensamento longe. além do seu corpo, um dos poucos indícios q eu tenho de que vc está do meu lado é o barulho do choro. e a mudez das lágrimas.

se eu pudesse, te daria um abraço que esmagasse as suas angústias. que secasse toda essa insegurança que te remói. que te desse força pra continuar sendo vc, pra vc não deixar de ser quem vc é - por nada nem por ninguém. pra vc ter, apesar de todos os pesares, a coisa mais linda do mundo: o poder de acreditar que as pessoas valem a pena.

mas eu tô tão frágil, tão perdida.. e tão egoísta a ponto de pedir esse abraço, mesmo sabendo que vc tá precisando mais dele do que eu. mas os papés se inverteram agora, vc sempre tá ali pra todo mundo. e vc é tão forte e sempre esteve tão presente que eu tremo ainda mais de te ver assim: sem força, sendo consumida em migalha.

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