segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

pré-trote

conversando com uma amiga minha das sociais (alô Iza gatuxa!), "descobri" que o trote universitaria é um ritual de passagem (fiquei com medo dessa expressão, pois me evoca, até que inconscientemente, um idéia de aspecto espitiritual). apesar de TODOS so poréns, todas as contestações e todas as merdas que os jornais exibem sobre os trotes Brasil afora, creio que esse é, para 99% dos bichos, um dos primeiros momentos como universitarios mais esperados. e eu sou testemunha disso: imaginar as tintas do trote e as siglas que eu colocaria (ou não) na minha testa sempre me arrancavam um sorriso no meio da aula e coloriam o meu dia - congelado pelo ar-condicionado e às vezes cinza, seja pela poluição da Paulista ou pelo meu pessimismo-falta-de-confiança-medo.


que as cores venham hoje.
e, dessa vez, de verdade *.*



MEU TEMPO

Convém que me apresente nesta estreia. Além da combinação única e aleatória de proteínas, aminoácidos, H2O e tal, sou feita de quê? De tempo, assim como vocês. Tempo vivido e tempo imaginado. Feita de passado, o de meus ancestrais, transmitido pelos gens, a cultura, o inconsciente; mais a história de vida que me trouxe até aqui. É só o que temos: um corpo e uma história, já que o presente é uma partícula, deletada tão logo eu acabe de escrever partícula. E o futuro, lamento dizer, não existe. A não ser, é claro, sob a forma de fantasias e projetos. Mas fantasias e projetos são feitos de quê? De restos, fiapos, pedaços não resolvidos do passado. No futuro só o que existe na certa é a morte esperando a gente. Deixa quieto.

[...]

Tem gente que entra na juventude como se o mundo fosse continuação do quintal familiar. Vai de cabeça sem medo, sem nem se dar conta de que caminha no escuro. Faço parte do outro grupo: para mim, tudo era grande demais. Eu ia, ansiava por ir, mas com um respeito danado pela imensidão à minha frente. Por isso meu tempo não foi tecido apenas das coisas que efetivamente fiz. Sou fiel ao que fiquei devendo à minha geração, essa rede de identificações imaginárias a que julgamos pertencer. A história daquilo que não fiz é minha biografia em baixo-relevo, indelével como todos os desejos não realizados.

(estréia de Maria Rita Kehl, sábado último, como colunista do estadão).

Agora sim minha vida de leitora começa. Ler colunas, o Caderno Cultura (o qual tive de ESQUECER por quase um ano), buscar os meus colunistas preferidos. E parece que a dra. Maria Rita já está como uma das fortes candidatas :)

Eta dureza que valeu a pena.
Mal posso esperar as cores de hoje *.*

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