domingo, 7 de junho de 2009

guardamos na memória...

...o que queremos esquecer.


E se é pra ser honesto, nada mais justo do que eu te falar isso: você tem um lugar muito seu dentro de mim.



mas tem um quê de culpa, de dúvida, de insegurança e , por que não, de medo.
ela ali, defronte ao computador, 1:46 de plena segunda-feira.
ela ali: com as mãos frias, os pés gelados, o coração apertado e pedinte. de açúcar, de afeto e, principalmente, de respostas. o seu medo de não ter opinião - não aquela formada pra tudo, mas a outra, estabelecida após reflexões e ponderações - era uma de suas maiores aflições.

a mulher sempre fora criada para ser reprimida, enjaulada, com tal pudor de dar inveja a celibatários. ela se perguntava se não se encaixava exatamente nesse perfil. por que não fazer ali, NAQUELE MOMENTO, o que desejava fazer? ação rápida, instantânea, impulsiva. aliviante. talvez esse quê - de saudade, de raiva, de culpa - se evaporasse, ou, quem sabe, se tornasse ainda maior.

a raiva tem unhas vermelhas. a saudade veste um pullôver cinza, típico de um dia gélido e cortante de outono. agora.. e a culpa? a insegurança? o medo? verde, amarelo, laranja? o arco-íris que cravejava essa erupção de sentimentos em seu peito parecia estar longe do fim.

e ela ficava ali: se remoendo, lembrando, cheirando, ouvindo, repetindo - gestos, palavras e, minha nossa, até gestos. falava sozinha - no chuveiro, no banheiro, no quarto.

"tome logo uma atitude", pensava. "mas.. e se algo vier depois?".
essa sua mania de contra argumentar tudo ainda iria acabar com ela.
e esse vício de ter uma ínfima esperança, de esperar o que pode vir, ainda vai enterrar qualquer uma de suas possibilidades.

sem esse bla bla bla pós-moderno: aja, sinta, dance, viva. tudo isso é importante sim, mas, combinemos, a vida não é só feita disso. Nos sentimos culpados por não estarmos 101% MEGA-ULTRA-RADIANTE-FELIZES o tempo todo. Pise no freio. RESPEITE-SE.

Aja de acordo com a sua vontade, com as suas erupções internas, com os seus valores. Dê-se mais tempo. permita-se. viver. morrer. errar. E COMPREENDER QUE TUDO ISSO FAZ SIM PARTE DO QUE CHAMAMOS DE VIDA. aprender com os erros é comuns. Aprender com as quedas reeptidas é mais árduo e, por que não, mais bonito.

não é possível estar 100% vivo - não o tempo todo.
tudo em excesso mata.

e, perdida em alguns pensamentos, vejo que o equilíbrio é o grande desafio que temos hoje. TEMOS QUE APRENDER A DIZER N-Ã-O.

Nossos avós enfrentaram guerras. nosso pais enterraram nossos heróis.. e nós?

a sensação de vazio que, não muito raro, toma conta de boa parte das pessoas hoje, é epidêmico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

cornetadas