domingo, 7 de junho de 2009

pós pós-modernidade

Por isso para Gandhi havia mais do que sete pecados capitais, e que ele apontava como erros comuns aos homens e à sociedade: a política sem princípios, o comércio sem moralidade, a riqueza sem trabalho, a religião sem sacrifício, a ciência sem humanidade, o conhecimento sem carácter.


Feuerbach no “prefácio” à segunda edição da Essência do Cristianismo, permite-nos agora conduzir esta comunicação: «o nosso tempo sem dúvida, prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser… o que é sagrado para ele, não passa de ilusão, pois a verdade está no profano. Ou seja, à medida que decresce a verdade a ilusão aumenta, e o sagrado cresce a seus olhos de forma que o cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado». A nossa sociedade como que elevou à categoria de religião, a melhoria das condições de vida materiais – viver melhor é uma prática institucionalizada, ritualizada, uma paixão colectiva, que é no dizer da ultima obra de Lipovetsky, A felicidade paradoxal, uma nova fase do capitalismo: a sociedade do hiperconsumo. Assim, nasce um outro tipo de Homo consumericus, voraz e flexível, «liberto da antiga cultura de classe, imprevisível nos seus gostos e nas suas compras e sedento de experiências emocionais e de (mais) bem-estar, de marcas, de autenticidade, de imediatidade, de comunicação». O consumo funciona já não como subterfúgio, mas como um império sem tempos mortos cujos contornos estão ainda por definir. No entanto, esta é uma felicidade paradoxal pois nunca o indivíduo contemporâneo atingiu um tal grau de abandono com tamanha felicidade.

http://www.freewebs.com/pauloalexandreecastro/ensaioimaginaoentredeus.htm

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