segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

traduções de Caio F.

muito, muito por caso achei os pedaços interiores desse escritos na Internet, na madrugada de ontem. Não que eu já não tivesse sido apresentada a ele (alô Ana Lú!). Mas, minha nossa.. sabe quando você DESCOBRE, de fato? bateu - e puta.. latejou, fez um estrago como a chuva de ontem.


- sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você, ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e, se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que, no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?


...você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente.


No fim destes dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu ombro. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços e você me beija e você me aperta e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem. (deitada no colo, pedindo pelo ombro, no aperto espaçoso do metrô).

Na minha memória - tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos.

E o pior é que tem um dos lugares mais bonitos mesmo. (você foi o melhor - nossa, há dois meses ouvi de outra exatamente o oposto).


mas, no fundo no fundo, não importa mais.

Repito sempre: sossega, sossega - o amor não é para o teu bico.

e acho melhor parar... antes que transborde pelos olhos.

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