quinta-feira, 26 de março de 2009
novos anos velhos
Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.
[Vinícius de Moraes]
tantas dúvidas, tantas perguntas, tantas indagações.
CACETE: 19 ANOS!
E pensar que eu paguei ontem a minha vela no bolo de debutante.
Pensando bem, não tem tanto problema assim. tem um outro MARAVILHOSO de chocolate recheado com mousse de maracujá me esperando amanhã =)
Não sei no que tudo isso vai dar. Tanta coisa me jogando na maior das dúvidas. Mas o MELHOR de TUDO nessa aflição TODA é ver que eu anda TENHO UMA VIDA INTEIRA PELA FRENTE. E não porque tenho (apenas?) 19 anos recém-completados. A sensação de se ter uma vida pela frente relaciona-se muito mais com a nossa visão sobre a vida, o grau de nossas expectativas, e, o principal: SEMPRE se sentir um APRENDIZ e não ter MEDO DE LEVANTAR e TENTAR DE NOVO. E de NOVO. E de novo. Mesmo que tudo seja de velho.
Não tenho a MÍNIMA idéia noque isso tudo vai dar. Mas eu PRECISO. Devo. Necessito. Sinto cumprir.
"...se antes de cada acto nosso,nos puséssemos a prever todas as consequências dele,a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis,não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar." [saramago, josé.]
Meu coração bate ao ver o que me espera, ou não. Mas acho que ISSO é vida. Essa nossa angústia pelo amanhã que não vem, essa pressa pelo ontem que passou. A nossa mania de esquecer o presente, sendo ele a ÚNICA coisa que temos de concreto, ali: DE FATO.
Essa minha necessidade de sentir o coração bater ainda me fará MUDAR O MUNDO. Ao meu tempo, à minha medida. De um jeito que é SÓ MEU.
"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo."
[Drummond e EU]
que esse sentimento de calmaria, inquietação e plenitude, simultâneos, me preencham e me COMPLETEM com mais frequência. Mesmo que as datas de meus documentos não ganhem um algarismo no final.
segunda-feira, 23 de março de 2009
cansaço nacional
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090323/not_imp343201,0.php
óóó céus.
isso: deixa o filho em casa, vendo site pornô na internet, meda na TV e se envolvendo com pessoas e situações indevidas.
tô cansada desse país de merda.
sábado, 21 de março de 2009
o erro do papai noel
Sim: humanas de fato é o que há de MELHOR para se estudar. Isso na humilde e tosca opinião de uma vestibulanda.
Não desmerecendo outras áreas - LONGEE DISSO, caro Thunder. Mas humanas me causa arrepios, orgasmos.. frisson.
Aula de socialismo hoje. AULA DE HUMANAS. Ao longo do cursinho, ano passado, vi que o socialismo não é aquilo (pouco até) do que eu idealizei, um dia. E hoje, uma impressão que perspassou minha consciência, no início de um processo que pode fazer dela uma certeza: o socialismo e o capitalismo tem sim suas semelhanças. É um capitalismo ao avesso, ao contrário. Visto assim, do outro lado do espelho.
Aquelas idéias típicas dos defensores do socialismo, na minha mísera opinião, são verdadeiras. Sim, o capitalismo é o sistema das desigualdades. Da concentração - de renda, dos meios de produção, de status, de opressão, de exclusão. Incluir é sinônimo de consumir. O lucro é o maior objetivo, não importando o que se faça para obtê-lo (olha a mais-valia aí genteee..).
Tudo isso é verdade. Maaas - lá vem as conjunções opositivas- se analisarmos sem tanto romantismo e ideologias, o socialismo tem sim seus mecanismos de concentração, de exclusão.
O poder fica TODO concentrado nas mãos do Estado. Sem aquelas balelas de quem odeia o socialismo, como "todos usam a mesma roupam, tem os mesmo hábitos e etc". NINGUÉM usa a mesma roupa, nem ganha a mesmíssima coisa, em sistema nenhum. mas o fato é: até que ponto toda essa concentração ans mãos do Estado não pode ser comparada a uma DITADURA. Há um nome menos "ofensivo" pra isso: ditadura do proletariado. Definitivamente, eru sou contra QUALQUER DITADURA, seja ela qual for. Um dia cheguei a apoiar essa ditadura última, mas hoje vejo que ela é a MESMA - do ponto de vista político - que aquela implementada no Brasil de 64. Sem liberdade, muita propaganda, demasiada corrupção. Eu apoio o RESPEITO à vida, em qualquer situação, país ou momento histórico que seja.
O MAIS difícil de tudo é olhar sob um aspecto minimamente racional, analítico. Socialismo causa repulsa em muitos, e romantismo em tantos outros. Analisar significa observar, criticamente, um objeto. E isso é MUITO, MUITO difícil quando se fala de temas como religião, futebole, principalmente, política. O ser humano é tendencioso por natureza (e isso não é desabafo de uma aspirante a jornalista). Todos deixamos nossos valores, nossa história, nossas opiniões e traumas transbordarem e ficarem expostos, ainda que pouquíssimo e inconscientemente, ao olhar do outro. Dizem que, na minha futura profissão, é essencial uma tal de imparcialidade. Eu creio PIAMENTE que NÃO HÁ COMO SER 100% imparcial, em NADA. O modo como você dispõe palavras e forma orações, idéias, já diz muito sobre você: a maneira como vê as pessoas e omundo neurótico no qual vivemos. Nós manipulamos e somos manipulados. O tempo todo.
Voltando ao capitalismo - sim, dá-lhe Mc Shit do Mc Donalds - ele tem sim suas falahas - muitas falhas. Segundo a minha professora, TODOS temos um capitalista dentro de cada um. Diferentemente do feudalismo, aquele sistema nos incita, nos estimula, nos OBRIGA a querer sempre mais e mais, e trabalhar até 16 horas num dia para obter um salário ao fim do mês. O lucro nada mais é que a tradução material de um aspecto genuinamente humano: a ambição. O ser humano não nasceu para ser igual aos demais. De certo, somos extremamente competitivos para isso. O socialismo não elimina as desigualdades sociais e o total desequilíbrio visto frequentemente no capitalismo, mas tenta amenizá-los. Uma não-tarefa que o socialismo soviético não cumpriu.
Aliás, hoje sinto que comecei a perceber em quais pontos a URSS se distanciou TANTO do que Marx pregou. É como se eles tivessem até estudado a teoria Marxista e, ao fecharem "O CAPITAL", falassem: "OK. Vamos mudar algumas coisinhas...". Essas pequenas (ou não) mudanças é que nos deram o resultado visto no início da década de 90.
Algumas dessas alterações relacionam-se ao fato de:
1- A Revolução, segundo Marx, deveria ser efetuada por trabalhadores assalariados (operários urbanos) que, ao tomarem consciência do seu papel e do seu poder no capitalismo, percebessem a opressão e a exploração a que eram diariamente submetidos e, então, se unissem - TODOS. Essa consciência coletiva é um dos marcos da teoria marxista. Segundo ela, cada um teria consciência do seu papel social, e então ocuparia-o de forma a garantir o funcionamento pleno da sociedade – aqui visto como um organismo formado por pequenas partes – os trabalhadores. Haveria uma engrenagem para a organização social do homem, e a noção do papel de cada um ali seria fundamental para que essa engrenagem funcionasse perfeitamente.
2- Na URSS houve uma estatização GRADUAL da economia, enquanto Marx propunha que esse mesmo processo fosse INTEGRAL, ou seja, que abrangesse todos os setores de produção como um todo.
3- Essa consciência coletiva é essencial para que o socialismo científico se concretize, de fato. Isso só poderia ser obtido caso os trabalhadores recebesse garantia de políticas públicas. A partir do momento em que você é empregado do Estado e não receberá monetariamente por isso, você DEVE sentir que todo esse trabalho de sol-a-sol vale a pena. Essa sensação só é obtida caso o trabalhador veja que está tendo acesso a medidas que melhorem o seu padrão de vida – acesso à escola, educação, saúde, segurança pública e derivados. O fato da maioria majoritária da população russa ser camponesa e esses serviços públicos não chegarem ao campo fez com que a produção caísse, e houvesse um quadro de fome pelo território.
4- Marx propunha que a autogestão- característica primordial do comunismo que seria implementado após o socialismo – só poderia ser executada em pequenas comunidades/ grupos, e não em vastos territórios. Se não estou enganada, a URSS era o Estado que apresentava o maior território do globo terrestre.
Essas são um teço de nada da sucessão de mudanças aplicadas pelos soviéticos. Mas, se a audácia de uma futura jornalista e de uma amante de história me permite, Marx não estava equivocado em suas propostas e estudos – ele previu a Crise de 29 quase um século antes dessa ocorrer. Creio que suas análises são todas baseadas numa questão que ultrapassa os limites da sociologia, da política e da economia e atinge um caráter filosófico. Marx acreditava que o ser humano era naturalmente BOM. A partir do momento em que todos tivessem essa consciência coletiva, cada um assumiria a sua função de modo a garantir – conscientemente – o funcionamento do grupo. Um médico não se recusaria a executar seu papel, mesmo ganhando o mesmo que um professor. Ele tem consciência da sua importância no grupo e no funcionamento desse.
Na infinitude de seus estudos e propostas – muitas as quais nem chegaram a ser publicadas, tendo morrido junto a seu idealizador – Marx não cogitou a idéia (pelo menos pública e documentadamente) de que, ao assumir o Estado no processo de transição entre capitalismo e comunismo, uma PESSOA/GRUPO poderia simplesmente não deixar o poder e efetuar a eliminação do Estado. Vide URSS: Stálin (citemos o extremo) perpetuou-se no poder por 31 anos (1922-1953). E quanto ao processo de extinção do órgão de controle máximo – o Estado? Parece que lá bigodón não leu o manual de instruções deixado pelo barbudo alemão, e decidiu brincar de WAR assim, do seu jeito (odeio crianças que não sabem dividir nem aceitar sugestões alheias). Só não lê manual de instruções quem tem sabedoria ímpar naquele jogo. E, com toda a certeza, Stálin não era um gênio (do ponto de vista da oratória, como Lênin, tampouco da estratégia para implementação do sistema, como Trotsky). Era um militar –sim, bom, no aspecto mais duro da palavra - sedento por poder e dono de uma baixo auto-estima, para quem uma pequena ressalva ou crítica (MINHA NOSSA, CRÍTICA?) já era um motivo suficientemente bom para que a vida de milhões de pessoas fossem extintas.
- Número de mortos (segundo o site Wikipédia):
*Executados: 800 mil
*Fome e privações : 1,7 milhões
*Reassentamentos forçados: 389 mil
*Total: aproximadamente três milhões.
[Há historiadores que calculam um número total de NOVE milhões, já que os dados fornecidospelo governo soviético carecem de registros.]
Pincelando Jean Jacques Rousseau, “a sociedade corrompe o homem”. E a maior beleza nisso tudo é que essa corrupção não escolhe genero, paritdo ou sistema ideológico. Tem para dar e vrnder: capitalistas e socialistas, “direita e esquerda”. Como o papi noel socialista não prôpos uma CORRUPÇÃO daqueles que tomassem o poder? Quando se trata do homem, não há afirmação plena de certeza e veracidade. Nada é, nada faz: tudo pode ser e pode ocorrer. Seres humanos são incógnitas carentes de resolução – uma nova a cada contexto, situação e momentos histórico. Marx não acreditava na corrupção após essa tomada de consciência. Pena que ele não pôde dar um pulinho aqui no Brasil. pensando bem, acho que o nosso país poderia até ter posto abaixo uma das teorias que mais sacudiu o mundo até hoje - que bom, porque ficar famoso no mundo precominantemente pelo futebol, pela caipirinha e pelo carnaval já encheu o saco.
Mesmo sendo eu uma cética em relação a essa“bondade” genuína humana, deixemos minhas particularidades de lado e confessemos: assim não dá, ô barbudão. Há quem simpatize conosco, Homo sapiens. Mas daí a achar que todos são legais como você, “bom velhinho”, fica um tanto fora de mão. E vamos combinar: você não era tão bonzinho assim.
domingo, 15 de março de 2009
descompaixão
por que não gostamos de quem necessariamente gosta de nós? por que simpatizamos com quem, muitas vezes, não dá o mínimo pra nós? por que a gente sempre se pergunta coisas assim e, DESDE QUE O HOMEM É HOMEM, não achamos uma resposta, única e indiscutivelmente convincente?
há aquele velho papo de que, quando o assunto é coração, a razão por vezes é esquecida.
não acho que devemos ser os seres mais irracionais do mundo, mas não adianta: você se questiona, tenta se convencer, ou se desconvencer em relação a alguém. Quase NUNCA adianta.
minha mãe costuma dizer que um amor e duas cabanas não existe. Não sei se a minha fase idealista está no auge, se eu ando vendo muito filme hollywoodiano ou comédia pseudo-romântica, mas o fato é que eu não concordo com essa frase, pelo menos em parte.
Sim, há pessoas que dão certo com menos de uma cabana (ouvi que quando tem menos espaço é muito mais gostoso, tem-se mais contato, e por aí vai...), e há aquelas que, mesmo com todas as condições, conforto e mordomias, não descobriram o significado da palavra "amor", nem sentiram o coração bater descompassado assim, do nada. Tudo depende da situação e da pessoa a quem a análise refere-se.
creio ser uma daquelas pessoas que não tiveram histórias muito bizarras a contar sobre isso (até agora), nem fui uma daquelas MEGA ULTRA MASTER azaradas, mas também não sou o tipo que é assediada em baladas, ou que ouve buzinas quando atravessa a rua e pára o trânsito (confesso que ficava meio impressionada quando via uma mulher que conseguia provocar esse tipo de reação). Mas definitivamente não me encaixo com as pessoas. Páro e penso, mesmo quando a situação não exige isso, mas também chego a tomar atitudes meio tumultuadas quando a situação é mais delicada. Quase sempre tentei ser racional, para não magoar nem sair ferida. Mas, ultimamente, minha lança interior anda muito mais afiada e fora de controle do que eu pensava.
irracionalidade doentia não é o caminho. Mas aquele bater diferente e o brilho no olhar fazem a diferença, pelo menos para mim, agora. São necessárias para dar gosto a uma das sensações mais urgentes que se tem na vida: uma grande paixão.
"Gostamos porque. Amamos apesar de." (Drummond)
uma das melhores frases que já li. Drummond é outro que sempre cabe.
domingo, 8 de março de 2009
retalhos de um domingo solitário.
[...]
Ler é um movimento externamente passivco - mas um movimento, porque mexe com as imagens interiores, guardadas, reprmidas, acrecentando-lhes outras e transformando as que o leitor já traz consigo. Escrever, por sua vez, é um movimento externamente ativo, fazendo imagens, trazendo outras ao mundo e modificando-lhes a forma - na direção de um estilo pessoal.
[...]
Não existe hábito de leitura porque a maioria do povo é analfabeta, ou semi-analfabeta. Não há bons livros por isso também, e pelo perigo que trazem os bons livros. Não há dinheiro para comprar livros porque não há dinheiro para comprar pão, e não há dinheiro para comprar pão ou livros porque vivemos num regime onde são muito secundários o direito de escolher e a liberdade de decidir, tanto quanto a de desejar. Falta de dinheiro e falta de interesse pelo mundo e pelos livros são sintomas de um grande desrespeito humano institucionalizado. A instituição do desrespeito, que "escolhe" por nós todos e a todos interdita o desejo, é o nervo da questão - e não a falta de tal ou qual hábito.
[...]
Ler muito não pode levar a escrever. pode levar a ler bem - o que será muito importante, claro. Ler bem, por sua vez, pode ajudar a viver, porquer o sujeito se informa, se identifica, se transfere, principalmente se anima. Mas o que leva as pessoas a escrever é uma angústia diferente destas: a angústia de riscar um destino, interferir na história, se colocar no campo de jogo.
Logo ler não é condição para escrever, mas munição para viver, e para escrever também. A atitude de ler é metonímia da contade de entender o mundo. A atitude de escrever, por sua vez, é metonímia da pretensão legítima e transcendente de transformar o mundo.
Se me contra-argumentarem afirmando que não existem escritores semleitura, concordarei coma evidência e discordarei desta lógica. De fato, não deve haver escritor que não leia, porque não há aquele que transforma o mundo sem entender o que se lhe oferece. Entretanto, a recíproca não é verdadeira. Há os que lêem, e entendem um tanto, mas preferem não interferir, inertes e omissos inclusive por opção. Há os que lêem muito e entendem muito, mas nunca escreveram nada. Quem escreve, então, sem dúvida lê. Mas quem lê, na dúvida, lê mais um pouco - e não escreve.
[...]
Nesse sentido, escrever tem a ver com a mágica. Como fazer do papel um espelho, mas um espelho ás nossas ordens. "Espelho, espelho meu, existe alguém mais angustiado do que eu?". Ao escrever, me revelo - revelo a mim mesmo que posso organizar aspalavrinhas, donde que posso organizar o que as palavrinhas nomeiam, e donde que posso organizar, construir, montar o mundo novo também. Revelo-me a extensão do meu poder, ou seja: a extensão dos meu possíveis. Em suma, a extensão da minha utopia.
O ato de escrever, antes de tudo, é um legítimo ato de auto-afirmação. E "auto-afirmação", não é coisa ruim, pejorativa, como dizem os que n]ao gostam de os outros se afirmando. A afirmação de si mesmo é a primeira condição para responder à primeira pergunta. Quem não se afirma é o oprimido, é o submisso, o que se encontra caído ao chão à espera das ordens.
(Espelho, do livros Redação Inquieta)
Pequenas conclusões de uma tarde toda:
- ainda que sinta sensações distintas, os humanos usam os mesmo signos e códigos que formam a linguagem para tentar identificar e entender entre si o que sentem, o que querem, o que buscam, o que são.
O que se passa dentro de nós é inacessível ao outro.
- mesmo que a linguagem possua um grande pluralidade, as nossas perspectivas e sensações a respeito de algum objeto são diferentes. Toma-se como excemplo um mesmo objeto desenhado por diversas pessoas. O ponto de vista de cada uma delas, assim como suas impressões sobre o objeto diferem entre si, o que resulta em retratos diferentes daquele mesmo ser. As palavras funcionam como o lápis que produziu o desenho: têm como função dar forma a um fluxo incontrolável quase imediato de idéias, cores, sons que nos tomam quando nos deparamos com uma situação, uma pessoa, um lugar. Em suma, fazer com que esse fluxo tão pessoal e abstrato possa ser trazido a um mundo mais palpável, de modo a ser visto e compreendido pelos outros.
- muitos filósofos desdobraram-se ao estudar as possíveis falhas apresentadas pela linguagem, como e por que elas acontecem. A falha no entendimento entre o enunciador e o enunciatário é um dos problemas que mais afetam o homem, desde situações cotidianas banais até aquelas mais formais. Sendo os signos que compõe a linguagem partilhados e conhecidos pelos que dela se aproveitam, por que o completo entendimento, muitas vezes, não ocorre de forma plena? A diversidade presente na linguagem faz com que, mesmo dispondo dos mesmo símbolos, nós usemo-nos de maneiras distintas para estabelecer idéias. O modo com que dispomos as palavras reproduzem efeitos diferenciados, o que distingue um Machado de Assis de um enunciador comum.
Guimarães Rosa que também o diga.
(um fluxo incessante de idéias. Ficar sozinha em casa num domingo não é tão triste assim. pelo contrário: pode ser bem proveitoso).
Não me achei ainda, mas eu sei que aquela certeza que me acompanha desde a 8ª série, e que me guiou durante quase todo ano passado vai voltar.
Mel adoça o domingo, e alegra a vida.
sábado, 7 de março de 2009
tragicomédia cotidiana
é infinitamente bom chorar. Uma vez, no colegial, criei uma frase que dizia que "as lágrimas são o lubrificante da alma". Passados anos, não vejo frase que melhor descreve o ato de lavar o seu interior para fora.
um daqueles dias que algo muito, MUITO FORTE te angustia, te consome por dentro não deixando nem sombra do que você pensou que foi um dia. Ouvir a MESMA música pelo menos 8 vezes, e choraaaar bastante. De fato, uma das coisas que MAIS ME ALIVIA NO MUNDO.
me parece que todo mundo está tendo algum tipo de responsabilidade agora. A gente deve cumprir ações e responsabilidades quase que o tempo todo. Mas agora parece que elas estão mais evidentes do que nunca.
é incrível como algumas das suas MAIORES certezas (aquelas pra sempre, para vida inteira típica da 7ª série) evaporam ou diminuem bruscamente com o passar do tempo. Falar que esse camarada é o senhor das coisas, um remédio pra diversas situações sempre pareceu cliche (e uma grande verdade) para mim.
nao digo isso só em relação a vestibular. Mas TANTAAS coisas já mudaram. Muitos dos meus valores tornaram-se ainda mais fortes, e hoje fazem parte do que há de mais Alessandra em mim. Repensei muita coisa, senti outras infinitas, e tem coisa que batia no peito e defendia, as quais hoje não fazem tanto sentido pra mim. Amizades, pessoas, atitudes, ideologias, pensamentos, lugares, situações, idéias.
a vida é engraçada, é sábia.
Uma tragédia pra quem sente, uma comédia para quem pensa.
sexta-feira, 6 de março de 2009
inquietude interna
Servem mais
Meu quarto e sala já tem um corretor
E se você quiser terá de alugar meu amor
[...]
Nem mais sei quem é você
Que está aqui de mudanças
Só vou lhe deixar aí solidão e lembranças
Vê se vem buscar o que
Restou aqui de lembranças
Pois já é hora de pôr recordações para fora
levemente destruída pelo peso da liberdade.
domingo, 1 de março de 2009
ironias
Sim, senhora Cris xD
pequenas ironias ou curiosidades que acabei de ler no site do Estadão:
Contra prostituição, Itália quer criar 'centros eróticos'
[...]
Em Roma, há uma lei que multa em 500 os clientes que se aproximarem de prostitutas na rua. Elas também são proibidas de se vestir de maneira "indecente". "Estamos de acordo com as normas porque elas garantem a ordem", disse a vice-presidente da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados, Carolina Lussana, da Liga Norte. Mas ela acredita que a solução ideal para o problema seria a criação de centros eróticos, além da regulamentação da prostituição. Assim, as prostitutas poderiam pagar impostos e o governo teria controle sobre o trabalho.
Otan pode usar bombas para reduzir mortes no Afeganistão
LONDRES - A Otan planeja utilizar em certas circunstâncias bombas MAIS MENORES no Afeganistão para reduzir o número de vítimas civis, assinalou ao Financial Times o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jaap de Hoop Scheffer.
Califórnia discute legalizar maconha para reduzir déficit
Cultivadores da erva e atacadistas pagariam uma taxa inicial de franquia de US$ 5 mil, além de um imposto anual de US$ 2,5 mil. Já os revendedores pagariam US$ 50 por cada onça (28 gramas) do produto. De acordo com o grupo Marijuana Policy Project California, que faz campanha pela legalização da maconha no Estado, estimativas baseadas em estatísticas do governo federal indicam que a erva é o produto agrícola mais rentável da Califórnia, gerando rendimentos de cerca de US$ 14 bilhões em 2006, praticamente o dobro do valor dos produtos que estão em segundo e terceiro lugar na lista (verduras e uvas, respectivamente).
Nada mudou com saída de Bush e entrada de Obama,diz Chávez
[...]
"Este é o 'bushismo'. Será que há um novo Governo nos EUA ou Bush é quem continua mandando? Obama parece querer dar continuidade ao 'bushismo', mas independentemente do império, suas mentiras e agressões, a revolução seguirá seu rumo e a Venezuela continuará sendo a cada dia MAIS INDEPENDENTE E SOBERANA", disse.
- bombas mais menores?
- maconha como produto mais rentável?
- prisao por aqueles que se aproximares das prostitutas na rua?
acho que a moda de cobrar impostos está ultrapassando as nossas fronteiras verde-amarelas.
ps. No âmbito externo, a soberania traduz, por sua vez, a idéia de igualdade de todos os Estados na comunidade internacional. Características da soberania: é una e indivisível (não pode ser dividida por dois governantes ou por vários órgãos), é própria e não delegada (pertence por direito próprio ao Rei), é irrevogável (princípio de estabilidade política - o povo não tem direito de retirar ao seu soberano o poder político o poder político que este possui por direito próprio), é suprema na ordem interna (não admite outro poder com quem tenha de partilhar a autoridade do Estado), é independente na ordem internacional (o Estado não depende de nenhum poder supranacional e só se considera vinculado pelas normas de direito internacional resultantes de tratados livremente celebrados ou de costumes voluntariamente aceitos). - Segundo o site Wikipédia.
- sim: Venezuela cada dia MAIS soberana. E cada dia mais vendendo petróleo para os EUA ¬¬
Será que o bolivarianismo do século XXI também inaugura, além de democracia, um novo conceito de soberania?
Sem críticas ou elogios a Chávez, mas esse papo é história pra boi dormir. Ou, pelo menos, para Bolívar cochilar.