sábado, 21 de março de 2009

o erro do papai noel



Sim: humanas de fato é o que há de MELHOR para se estudar. Isso na humilde e tosca opinião de uma vestibulanda.





Não desmerecendo outras áreas - LONGEE DISSO, caro Thunder. Mas humanas me causa arrepios, orgasmos.. frisson.





Aula de socialismo hoje. AULA DE HUMANAS. Ao longo do cursinho, ano passado, vi que o socialismo não é aquilo (pouco até) do que eu idealizei, um dia. E hoje, uma impressão que perspassou minha consciência, no início de um processo que pode fazer dela uma certeza: o socialismo e o capitalismo tem sim suas semelhanças. É um capitalismo ao avesso, ao contrário. Visto assim, do outro lado do espelho.


Aquelas idéias típicas dos defensores do socialismo, na minha mísera opinião, são verdadeiras. Sim, o capitalismo é o sistema das desigualdades. Da concentração - de renda, dos meios de produção, de status, de opressão, de exclusão. Incluir é sinônimo de consumir. O lucro é o maior objetivo, não importando o que se faça para obtê-lo (olha a mais-valia aí genteee..).


Tudo isso é verdade. Maaas - lá vem as conjunções opositivas- se analisarmos sem tanto romantismo e ideologias, o socialismo tem sim seus mecanismos de concentração, de exclusão.

O poder fica TODO concentrado nas mãos do Estado. Sem aquelas balelas de quem odeia o socialismo, como "todos usam a mesma roupam, tem os mesmo hábitos e etc". NINGUÉM usa a mesma roupa, nem ganha a mesmíssima coisa, em sistema nenhum. mas o fato é: até que ponto toda essa concentração ans mãos do Estado não pode ser comparada a uma DITADURA. Há um nome menos "ofensivo" pra isso: ditadura do proletariado. Definitivamente, eru sou contra QUALQUER DITADURA, seja ela qual for. Um dia cheguei a apoiar essa ditadura última, mas hoje vejo que ela é a MESMA - do ponto de vista político - que aquela implementada no Brasil de 64. Sem liberdade, muita propaganda, demasiada corrupção. Eu apoio o RESPEITO à vida, em qualquer situação, país ou momento histórico que seja.


O MAIS difícil de tudo é olhar sob um aspecto minimamente racional, analítico. Socialismo causa repulsa em muitos, e romantismo em tantos outros. Analisar significa observar, criticamente, um objeto. E isso é MUITO, MUITO difícil quando se fala de temas como religião, futebole, principalmente, política. O ser humano é tendencioso por natureza (e isso não é desabafo de uma aspirante a jornalista). Todos deixamos nossos valores, nossa história, nossas opiniões e traumas transbordarem e ficarem expostos, ainda que pouquíssimo e inconscientemente, ao olhar do outro. Dizem que, na minha futura profissão, é essencial uma tal de imparcialidade. Eu creio PIAMENTE que NÃO HÁ COMO SER 100% imparcial, em NADA. O modo como você dispõe palavras e forma orações, idéias, já diz muito sobre você: a maneira como vê as pessoas e omundo neurótico no qual vivemos. Nós manipulamos e somos manipulados. O tempo todo.


Voltando ao capitalismo - sim, dá-lhe Mc Shit do Mc Donalds - ele tem sim suas falahas - muitas falhas. Segundo a minha professora, TODOS temos um capitalista dentro de cada um. Diferentemente do feudalismo, aquele sistema nos incita, nos estimula, nos OBRIGA a querer sempre mais e mais, e trabalhar até 16 horas num dia para obter um salário ao fim do mês. O lucro nada mais é que a tradução material de um aspecto genuinamente humano: a ambição. O ser humano não nasceu para ser igual aos demais. De certo, somos extremamente competitivos para isso. O socialismo não elimina as desigualdades sociais e o total desequilíbrio visto frequentemente no capitalismo, mas tenta amenizá-los. Uma não-tarefa que o socialismo soviético não cumpriu.


Aliás, hoje sinto que comecei a perceber em quais pontos a URSS se distanciou TANTO do que Marx pregou. É como se eles tivessem até estudado a teoria Marxista e, ao fecharem "O CAPITAL", falassem: "OK. Vamos mudar algumas coisinhas...". Essas pequenas (ou não) mudanças é que nos deram o resultado visto no início da década de 90.

Algumas dessas alterações relacionam-se ao fato de:

1- A Revolução, segundo Marx, deveria ser efetuada por trabalhadores assalariados (operários urbanos) que, ao tomarem consciência do seu papel e do seu poder no capitalismo, percebessem a opressão e a exploração a que eram diariamente submetidos e, então, se unissem - TODOS. Essa consciência coletiva é um dos marcos da teoria marxista. Segundo ela, cada um teria consciência do seu papel social, e então ocuparia-o de forma a garantir o funcionamento pleno da sociedade – aqui visto como um organismo formado por pequenas partes – os trabalhadores. Haveria uma engrenagem para a organização social do homem, e a noção do papel de cada um ali seria fundamental para que essa engrenagem funcionasse perfeitamente.

2- Na URSS houve uma estatização GRADUAL da economia, enquanto Marx propunha que esse mesmo processo fosse INTEGRAL, ou seja, que abrangesse todos os setores de produção como um todo.

3- Essa consciência coletiva é essencial para que o socialismo científico se concretize, de fato. Isso só poderia ser obtido caso os trabalhadores recebesse garantia de políticas públicas. A partir do momento em que você é empregado do Estado e não receberá monetariamente por isso, você DEVE sentir que todo esse trabalho de sol-a-sol vale a pena. Essa sensação só é obtida caso o trabalhador veja que está tendo acesso a medidas que melhorem o seu padrão de vida – acesso à escola, educação, saúde, segurança pública e derivados. O fato da maioria majoritária da população russa ser camponesa e esses serviços públicos não chegarem ao campo fez com que a produção caísse, e houvesse um quadro de fome pelo território.

4- Marx propunha que a autogestão- característica primordial do comunismo que seria implementado após o socialismo – só poderia ser executada em pequenas comunidades/ grupos, e não em vastos territórios. Se não estou enganada, a URSS era o Estado que apresentava o maior território do globo terrestre.

Essas são um teço de nada da sucessão de mudanças aplicadas pelos soviéticos. Mas, se a audácia de uma futura jornalista e de uma amante de história me permite, Marx não estava equivocado em suas propostas e estudos – ele previu a Crise de 29 quase um século antes dessa ocorrer. Creio que suas análises são todas baseadas numa questão que ultrapassa os limites da sociologia, da política e da economia e atinge um caráter filosófico. Marx acreditava que o ser humano era naturalmente BOM. A partir do momento em que todos tivessem essa consciência coletiva, cada um assumiria a sua função de modo a garantir – conscientemente – o funcionamento do grupo. Um médico não se recusaria a executar seu papel, mesmo ganhando o mesmo que um professor. Ele tem consciência da sua importância no grupo e no funcionamento desse.


Na infinitude de seus estudos e propostas – muitas as quais nem chegaram a ser publicadas, tendo morrido junto a seu idealizador – Marx não cogitou a idéia (pelo menos pública e documentadamente) de que, ao assumir o Estado no processo de transição entre capitalismo e comunismo, uma PESSOA/GRUPO poderia simplesmente não deixar o poder e efetuar a eliminação do Estado. Vide URSS: Stálin (citemos o extremo) perpetuou-se no poder por 31 anos (1922-1953). E quanto ao processo de extinção do órgão de controle máximo – o Estado? Parece que lá bigodón não leu o manual de instruções deixado pelo barbudo alemão, e decidiu brincar de WAR assim, do seu jeito (odeio crianças que não sabem dividir nem aceitar sugestões alheias). Só não lê manual de instruções quem tem sabedoria ímpar naquele jogo. E, com toda a certeza, Stálin não era um gênio (do ponto de vista da oratória, como Lênin, tampouco da estratégia para implementação do sistema, como Trotsky). Era um militar –sim, bom, no aspecto mais duro da palavra - sedento por poder e dono de uma baixo auto-estima, para quem uma pequena ressalva ou crítica (MINHA NOSSA, CRÍTICA?) já era um motivo suficientemente bom para que a vida de milhões de pessoas fossem extintas.

- Número de mortos (segundo o site Wikipédia):
*Executados: 800 mil
*Fome e privações : 1,7 milhões
*Reassentamentos forçados: 389 mil

*Total: aproximadamente três milhões.

[Há historiadores que calculam um número total de NOVE milhões, já que os dados fornecidospelo governo soviético carecem de registros.]

Pincelando Jean Jacques Rousseau, “a sociedade corrompe o homem”. E a maior beleza nisso tudo é que essa corrupção não escolhe genero, paritdo ou sistema ideológico. Tem para dar e vrnder: capitalistas e socialistas, “direita e esquerda”. Como o papi noel socialista não prôpos uma CORRUPÇÃO daqueles que tomassem o poder? Quando se trata do homem, não há afirmação plena de certeza e veracidade. Nada é, nada faz: tudo pode ser e pode ocorrer. Seres humanos são incógnitas carentes de resolução – uma nova a cada contexto, situação e momentos histórico. Marx não acreditava na corrupção após essa tomada de consciência. Pena que ele não pôde dar um pulinho aqui no Brasil. pensando bem, acho que o nosso país poderia até ter posto abaixo uma das teorias que mais sacudiu o mundo até hoje - que bom, porque ficar famoso no mundo precominantemente pelo futebol, pela caipirinha e pelo carnaval já encheu o saco.

Mesmo sendo eu uma cética em relação a essa“bondade” genuína humana, deixemos minhas particularidades de lado e confessemos: assim não dá, ô barbudão. Há quem simpatize conosco, Homo sapiens. Mas daí a achar que todos são legais como você, “bom velhinho”, fica um tanto fora de mão. E vamos combinar: você não era tão bonzinho assim.

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