domingo, 15 de março de 2009

descompaixão

quando o assunto é paixão, amor, gostar e derivados, a RAZÃO é, de fato, AUSENTE.

por que não gostamos de quem necessariamente gosta de nós? por que simpatizamos com quem, muitas vezes, não dá o mínimo pra nós? por que a gente sempre se pergunta coisas assim e, DESDE QUE O HOMEM É HOMEM, não achamos uma resposta, única e indiscutivelmente convincente?

há aquele velho papo de que, quando o assunto é coração, a razão por vezes é esquecida.

não acho que devemos ser os seres mais irracionais do mundo, mas não adianta: você se questiona, tenta se convencer, ou se desconvencer em relação a alguém. Quase NUNCA adianta.

minha mãe costuma dizer que um amor e duas cabanas não existe. Não sei se a minha fase idealista está no auge, se eu ando vendo muito filme hollywoodiano ou comédia pseudo-romântica, mas o fato é que eu não concordo com essa frase, pelo menos em parte.

Sim, há pessoas que dão certo com menos de uma cabana (ouvi que quando tem menos espaço é muito mais gostoso, tem-se mais contato, e por aí vai...), e há aquelas que, mesmo com todas as condições, conforto e mordomias, não descobriram o significado da palavra "amor", nem sentiram o coração bater descompassado assim, do nada. Tudo depende da situação e da pessoa a quem a análise refere-se.

creio ser uma daquelas pessoas que não tiveram histórias muito bizarras a contar sobre isso (até agora), nem fui uma daquelas MEGA ULTRA MASTER azaradas, mas também não sou o tipo que é assediada em baladas, ou que ouve buzinas quando atravessa a rua e pára o trânsito (confesso que ficava meio impressionada quando via uma mulher que conseguia provocar esse tipo de reação). Mas definitivamente não me encaixo com as pessoas. Páro e penso, mesmo quando a situação não exige isso, mas também chego a tomar atitudes meio tumultuadas quando a situação é mais delicada. Quase sempre tentei ser racional, para não magoar nem sair ferida. Mas, ultimamente, minha lança interior anda muito mais afiada e fora de controle do que eu pensava.

sabe aquelas mulheres em filmes que não dão chance pra alguém que faz de tudo pra conseguir uma, e acaba olhando de modo especial pra quem não quer nada com nada? prazer: sou eu.

irracionalidade doentia não é o caminho. Mas aquele bater diferente e o brilho no olhar fazem a diferença, pelo menos para mim, agora. São necessárias para dar gosto a uma das sensações mais urgentes que se tem na vida: uma grande paixão.

"Gostamos porque. Amamos apesar de." (Drummond)

uma das melhores frases que já li. Drummond é outro que sempre cabe.

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