eu não quero.
correr. mão olhar. não sentir. mal falar. só trabalhar. desempregar. parar.
sinto que, cada dia mais, me torno uma daquelas pessoas - tristes, vazias, ocas, doentes fisico, psico e espiritualmente - que vejo em filmes e reportagens, consumidas pela voracidade do cotidiano moderno. ver pessoas miseráveis na rua pedindo esmolas, algo muito comum em metrópoles como São Paulo, é algo que me incomoda. Mas acho que já me incomodou mais.
lembro que sempre fiquei chocada e tudo. aliás, a nossaprimeira vez - em relaçãoa tudo - é algo chocante. QUEBRAR LIMITES, IDÉIAS, DOGMAS TIDOS COMO ABSOLUTOS ATÉ ENTÃO É ASSIM MESMO: CHOCANTE.
Consumida pela correria, pelo cotidiano, pela monotonia. Pelo pseudo-stress de vestibulanda, cabeça lotada de informações, coração vazioa e sedento de emoções. é nessa situação em que me encontro.
ou, muitas vezes, tmada por emoções fortes demais. dias mais ou menos sensíveis - isso é normal, todos temos dias assim. Mas hoje, DE FATO, foi um DESSES dias. deme perguntar: POR QUE é tudo assim? ou está? creio que a primeira pergunta ainda é mais.. correta. peo menos de acordo com a história de um dos animais que mais mecheu com o planeta e tudo o que ele se relaciona: O HOMEM.
Na sociedade atual, omPODER da INVISIBILIDADE - na maioria das vezes e consentida, combinada por entre os canos podres que corroem a alma da cidade. Aa pessoas passam EXATAMENTE assim, a todo instante: com pressa, corridas, vendadas. para o outro, para si e para o mundo.
fácil entrar no carro, no ônibus ou no metrô, e deletar o maltrapilho q pedia dinheiro. da mãe que carregava o filho esqueletico. da criança q jogava malabares na rua. do mau cheiro de quem e do que é esquecido: da banalização da vida e da degradação do ser humano.
fácil pois, assim que descemos do carro, entramos em casa. quente, confortável, por mais MiNUSCULA que seja. nada se compara à frieza e à imensidão das ruas. o nada, o vazio, o cinza que apodrece qualquer manifestação de vida.
não dar esmolas, não ajudar no tráfico, não estimular outros a seguirem vidas semelhantes. mas não ajudar, e ver cenas assim todo dia, e se lembrar de que isso é SIM vivido por MUITAS pessoas - sem ter sido por elas escolhido. lembrar mesmo que furtivamente, ao atravessar uma rua ou passar em frente à padaria da esquina.
como lidar com tudo isso. esses por quês, esse "como", e principalmente: com o amanhã.
sem discurso panfletário.
mas fechar os olhos a tudo isso é tudo o que eu mais não quero.
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cornetadas