quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

tantas coisas

a minha fase "descobertas das mais simples, incríveis e óbvias" (óbvio=estavam sob o meu nariz o tempo todo) teve sua continuação no carnaval.

minha mãe me fez ficar um tanto viciadinha no Acústico do Capital Inicial (faixa 7 dela, faixa 11 minha). Eu, que tanto falei que Capital era mamãozinho com açúcar mamãe-me-adoça-mais-um-pouco =S Eu e minha velha mania de cuspir pra cima e cair na cara.

Terminei livro do meu querido Joaquim Maria (Assis, Machado de). No fim, vi que Iaiá Garcia, como estava escrito no prefácio, não apresenta muitas das características genuinamente machadianas (a ironia, o sarcasmo, o comentário dúbio e sugestivo do narrador...). No fundo bem no fundo, esperava mais do final. Mas, de qualquer modo, ter conseguido ler Machado nos dias derradeiros das férias maravilhosamente culturais que eu tive foi sensacional. Iaiá éum esboço um tanto distinto e muito bem feito da aclamada Capitu (sim, a cigana dissimulada dos olhos de ressaca). As metáforas de Machado, e as suas referências a outras consagradas obras da literatura universal mostram que esse mulato é, de fato, um dos melhores escritores de todos os tempos.

Carnaval = praia. Pelo menos aqui em casa. Brigas diversas com a família - como sempre. Se aqui em casa não tiver uma discussãozinha que seja - pelo canal da TV, pelo time de futebol, pela louça sem lavar, pela apuração da escola de samba, pela minha velhice em plenos 18 anos, pela boca suja do Pedro, pelas gordurinhas do Júlio, pela chatice do meu pai, pelas neuras da minha mãe. Família ENCHE O SACO quando acorda disposta a tal. Mas também pode ser razão de muitas risadas e momentos de alívio. Quero ainda escrever um texto sobre família, mas quero estar mais calma e minimamente com cabeça para isso. Abaixo, um trecho de um texto colhido em blog alheio com algumas palavras sobre o assunto.

--NÃO SE DEVE IDEALIZAR AS FAMÍLIAS, E DE NADA SERVE ODIÁ-LAS TAMPOUCO. A FAMÍLIA TAMBÉM É UMA PRISÃO, DA QUAL SERÁ PRECISO SAIR. MAS O QUE COLOCAR NO LUGAR? O ORFANATO OU A ESTERILIDADE TAMBÉM TÊM SEUS INCONVENIENTES.

--A FAMÍLIA, QUE DÁ TUDO AO FILHO, TERMINA ASSIM POR DAR O PRÓPRIO FILHO. PARA QUEM? PARA UM OUTRO HOMEM, PARA UMA OUTRA MULHER, POR CERTO, MAS TAMBÉM – EM PRIMEIRO LUGAR E SOBRETUDO - PARA ELE MESMO. É ESSE ÚLTIMO DOM, O MAIS BELO, O MAIS DIFÍCIL, QUE SE CHAMA LIBERDADE. ISSO NÃO É VERDADE EM TODA SOCIEDADE, ESPECIALMENTE PARA AS MENINAS, MAS O É NA NOSSA, E TEM DE SÊ-LO CADA VEZ MAIS NO MUNDO. A FAMÍLIA DÁ E PERDE: DÁ PARA PERDER, ATÉ, PARA QUE O FILHO SE VÁ, E ESSA É A ÚNICA VITÓRIA QUE OS PAIS PODEM ESPERAR.

(mais detalhes: http://intertiscios.blogspot.com/)

Voltei de viagem hoje. EXAUSTA. Vi uma cena FODA na praia (alô faculdade!), que ri e fiquei boba olhando durante algumas horas. Acabei de aprender a fazer macarrão (ou não). Eu definitivamente ODEIO serviços domésticos (machismo e a mulher como uma das grandes culpadas por essa PESTE que aflige a sociedade como um todo é outro tema sobre o qual quero ainda escrever aqui). Comecei um livro que fala sobre a arte de escrever - Schops já acabou com os psudo-escritores (desabafo!) em pouco menos de quatro páginas. Hoje vi uma das letras MAIS lindas que já vi na VIDA - Legião claro.


É saudade, então

E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei você em luz e sombra

E era sempre: "Não foi por mal"
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são

Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do teu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com as lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça

E da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes

E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do baton que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte


E era sempre: "Não foi por mal"
Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez

E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição

Às vezes é difícil esquecer:
"Sinto muito, ela não mora mais aqui"
Mas então, por que eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito
Ninguém sofreu
E é só você que me provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito" e "não-te-esqueças-de-mim"

(Acrilic On Canvas)

minha nossa *.* suspiros ao ler a letra.
Indagações, idealizações.
Meu erro de sempre. Mas tão meu.


Que pra ser o tal
Não é preciso ser
Bacana e sacal
Não é preciso ser
Sacana e banal
Não é preciso ser
Mas o difícil é entender
Que pra ser o tal
É preciso ser você

(Móóveis =)

semana que vem na Paulista meu bem \o/
com o perdão da edição.

(ps. nota 10 pra enredo que conta a história do TAMBOR - VAI TOMAR NO CÚ.
ano que vem vou fazer um enredo sobre flauta boliviana, daquela que os nossos hermanos tocam pelas pracinhas Brasil afora. Quero ver se eu não ganho o carnaval.)

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